Esta escola, no campo político, está morrendo. Da esquerda à direita ela sofre críticas pesadas, pois não se adequa mais ao mundo dinâmico e flexível do homem contemporâneo. Então vemos nascer do mesmo útero do neoliberalismo termos como capital humano, gestão de pessoas, empresa pedagógica, que tentam valorizar a criatividade e a individualidade do ser humano.
No entanto, é preocupante os rumos e as consequências dessas novas tendências hegemônicas da educação. Estamos na era da informação, mas também vivemos em uma época em que a sociedade do consumismo vive seu ápice. A associação desses dois fenômenos contrapõe informação e conhecimento. Cada vez mais se produz informação numa velocidade cada vez maior sem refletir sobre elas e realmente a partir delas produzir conhecimento. O que se vê é a constante mercantilização da informação da forma mais descartável possível sem se preocupar com as consequências. A reflexão se tornou um desperdício de tempo assim como o estudar também. Tudo deve ser imediatamente possuído, gasto e consumido.
Neste ponto, a escola deixa de ser uma ilha isolada como pretende ser e a influência da sociedade se faz sentir no seu interior, traduzidas na falta de interesse por estudar, por ler, por conhecer coisas novas, manifestada pelos alunos hoje.
É claro que a escola também é um espaço dialético em que vozes discordantes do pensamento hegemônico operam no sentido da contraposição e da resistência ao sistema e na busca pela transformação da sociedade. Devemos lembrar, no entanto, que só no campo da escola formal não se garante a transformação da sociedade e que portanto a pedagogia libertária não deve se limitar apenas este campo de educação. A pedagogia libertária, se pretende a educação integral do ser humano, deve se dar em todos os campos de educação, isto é, deve ocorrer em todos os espaços de convivência humana.
Professor de Biologia
Enquanto muitas áreas da atividade humana se evoluem de maneira cada vez mais rápida, na Educação, as mudanças acontecem lentamente - quando acontecem. A sensação que temos hoje é de que a Escola parou no tempo. Continuamos presos a métodos antigos, que funcionaram em outras épocas, mas que não têm mais a mesma eficiência.
Somos professores do século XX dando aulas para alunos do século XXI com métodos do século XIX. Não estou dizendo que os modelos antigos devem ser desprezados, mas que eles precisam ser repensados e adequados à realidade atual, onde a informação e a transformação acontecem velozmente. Do contrário, a Educação estará fadada ao atraso, ao fracasso.
Prof. Reginaldo Amorim de Carvalho
Português/Literatura