Expressão do aluno: proibir ou dialogar?


Artigo de opinião

A Escola Maria da Glória, em nome da censura e do zelo pela própria instituição, perdeu uma importante oportunidade para dialogar com os seus alunos a respeito dos problemas dessa comunidade escolar, cuja solução é de interesse de todos. Trata-se discussão levantada nesta semana por causa da fanpage Maria da Depressãocriada recentemente no Facebook por um aluno do 3º ano do ensino médio da referida escola.


Fonte da imagem: prosaepolitica.com.br

Obviamente, não concordei com tudo que foi postado na fanpage, mesmo se tratando de humor. Discordo da ideia de que o Maria da Glória é uma escola muito desorganizada e inferior às outras de Biguaçu ou qualquer outra que seja. Conheço escolas estaduais na Grande Florianópolis em situações bem mais críticas do que a nossa . Não dá também para se comparar com escolas particulares. O ritmo da escola pública é bem de diferente, mas não quer dizer que seja inferior. Gosto de trabalhar no Maria da Glória, pela sua estrutura, pelas pessoas que estudam e trabalham lá, apesar das limitações que muitas vezes têm me decepcionado e impossibilitado de fazer um trabalho melhor.


Mas por outro lado, defendo a liberdade de expressão e a crítica com humor, desde que não se exponha ninguém a algum tipo de constrangimento, citando nomes ou apresentando alguma imagem pessoal. Creio que, por imaturidade de nossos internautas, esse pecado foi cometido. No entanto, não seria o caso de pôr fim a essa página do Facebook. Nada que um pedido de desculpas na própria fanpage e o apagamento de imagens e citações, que comprometiam a algumas pessoas, não resolvessem. 

Ao invés de se orientar para o uso responsável desta importante mídia e aliada da educação moderna, que é a internet, optou-se pela proibição, pela censura, pelo fim do espaço Maria da Depressão. Afinal, proibir é mais fácil do que dialogar, do que instruir, do que educar.

A favor do diálogo e do uso da mídia na escola.

Reginaldo Amorim de Carvalho
Professor de Português/Literatura

3 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    ACHO QUE CURTIRAM A PAGINA E NAO VIRAM A DESCRIÇÃO E LOGO JA CRITICARAM PALHAÇADA! A ESCOLA TA UMA MERDA E ACHAM ERRADO, TA CERTO AS CITAÇÕES DOS NOMES MAIS QUANTO AS POSTAGENS CRITICANDO A ESTRUTURA TA CORRETO AFINAL E DIREITO RECLAMAR

  1. Acho que este foi um dos erros, como já mencionei, de achar que a Escola Maria da Glória é pior escola, é isso ou aquilo. Volto a afirmar que o Maria ainda é uma boa escola para se trabalhar (ou estudar). Ela tem suas falhas, mas não é o fim do mundo. No entanto, esta escola ainda precisa melhorar e evoluir bastante, o que não depende somente dos professores e da direção. Todos podem fazer a escola se tornar melhor: professores, direção, alunos, pais de alunos e toda a comunidade, além do governo. Portanto, é preciso conhecer melhor a realidade da educação pública no Brasil para não afirmarmos inverdades.
    Por outro lado, volto a afirmar que não se deve colocar imagens de pessoas sem autorização e nem citar nomes numa situação como essa do Maria da Depressão. Mas mostrar os problemas da escola, mesmo que de forma humorada, mas sem deixar o senso crítico e a responsabilidade, no meu ponto de vista, não há problema algum.
    Cabe a nós, professores, orientar aos nossos jovens como fazer o uso da internet e mídia, em geral, de uma maneira crítica, produtiva e responsável. Agindo assim, estaremos fazendo o papel de um verdadeiro educador.

  1. Luce disse...:

    Dialoguei com alguns professores frente esta situação e todos eles na qual pude manifestar minha opinião e demonstrar tamanha indignação concordaram com meu ponto de vista, que a direção perdeu uma boa oportunidade de mostrar nossa indignação com a educação pública, o caos que ela chegou, ainda que de uma forma irônica. Foi uma pena que o setor administrativo do colégio encarou esse fato como uma maneira negativa, algo que acabou se tornando constrangedor á todos, podendo ser uma forma de manifesto.
    Por outro lado apesar de ter sido irônico, na qual gerou mais de 300 curtidas no facebook eu concordo em partes com a Diretora do colégio, pois nos redimimos em relação á outros colégios, foi argumentado no post somente o lado negativo do colégio, gerando piadas entre muitos estudantes, ridicularizando a nossa escola.
    Enfim, há assuntos mais importantes a serem questionados dentro do colégio do que uma postagem que tinha como finalidade ser irônica e descontraída que acabou sendo interpretada de uma maneira inversa ao que era proposto.

    Kellyn Martins, 3ª 1

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